O Maranhão lidera o ranking de estados brasileiros em que a quantidade de pessoas que recebem o auxílio do governo é maior que de pessoas trabalhando com carteira assinada. O nosso estado, infelizmente, também lidera o ranking de trabalho doméstico infantil no Nordeste, conforme noticiou o jornal O Imparcial. Essas duas notícias juntas acendem todos os alertas de preocupação sobre o presente e o futuro dos maranhenses.
O trabalho doméstico é esgotante e rouba um tempo precioso do crescimento emocional e intelectual de nossas meninas e nossos meninos, que deveriam estar dentro de suas redes de proteção familiar, ocupados apenas em estudar, brincar e aprender os bons caminhos.
Então por que os pais permitem que eles trabalhem? A resposta passa necessariamente pelo índice de pobreza refletido na dependência de programas de auxílio financeiro do governo. Os pais não têm emprego ou trabalham ganhando tão pouco, que precisam que os filhos ajudem a completar a renda ou estejam em uma casa onde possam pelo menos comer, ainda que seja isso o máximo que conseguirão. O trabalho infantil doméstico é uma constatação ultrajante da falta de perspectiva econômica das famílias e do sacrifício do futuro em nome da sobrevivência presente. Uma realidade que não podemos aceitar.
Embora tenhamos dado alguns passos, avançamos pouco em garantir uma vida melhor para os maranhenses.
O reforço do ensino, com a melhoria das escolas, foi importante e precisa ser consolidado, para que em qualquer canto do Maranhão, crianças e jovens possam assistir a boas aulas, com professores motivados e valorizados e com acesso a merenda escolar de qualidade e, assim, possam construir suas histórias do que jeito que quiserem.
Também é necessário o acompanhamento das famílias, para que os pais possam ser ajudados a compreender que é fundamental apostar na educação para que o futuro dos seus filhos seja melhor que o seu. E é por isso que ao longo dos meus mandatos tenho destinado tantos recursos para equipar os conselhos tutelares, pois sei da relevância do trabalho dos conselheiros na orientação e suporte às famílias.
Ao mesmo tempo, é essencial também pensar em melhorar a vida dos pais, para que eles tenham condições de criar seus filhos com dignidade.
O Bolsa Família, hoje chamado de Auxílio Brasil, foi fundamental para garantir renda para as famílias. Sem ele, milhares de maranhenses estariam em situação ainda mais difícil. Por isso votei favorável ao auxílio e defendi que fosse um valor ainda maior.
É imperioso, no entanto, pensar no que vem depois. Tenho uma equipe técnica trabalhando na elaboração de um plano de desenvolvimento para o Maranhão, com identificação da vocação econômica de cada região e meios de atrair investimentos que gerem empregos na ponta.
Com emprego e renda para os adultos e incentivando uma infância saudável e com mais oportunidades no presente, iremos garantir um futuro melhor e mais feliz para o Maranhão.
Senador Weverton