2020 tem sido um ano difícil. Muito difícil. Mas 2021 também não promete ser fácil. Se Deus quiser, iremos superar essa terrível pandemia, que tem ceifado tantas vidas. Mas ainda teremos pela frente a tarefa espinhosa de enfrentar uma crise financeira que fechou milhares de lojas e postos de trabalho e tem trazido de volta o fantasma da inflação alta, que pensávamos ter sido exorcizado, mas que assusta com seus preços exorbitantes de itens básicos, como carne, arroz e energia elétrica. A solução é a união em torno de projetos que sejam bons para a população.
Preocupa-me a proximidade do fim do decreto de estado de calamidade, do qual fui relator e que aprovamos no início da pandemia. Esse decreto permitiu a ação da União, dos estados e dos municípios, em um momento em que o país precisava de respostas rápidas e contundentes. Derivam dele os projetos de compensação do Fundo de Participação dos Municípios pela perda de arrecadação, o socorro às empresas e o auxílio emergencial. Por isso, o decreto precisa ser renovado, assim como as outras medidas.
Embora os auxílios a pessoas físicas e jurídicas não possam ser uma política permanente, são necessários no quadro atual para manter a roda girando.
Até o FMI recomendou, em seu último relatório, a continuidade da política de incentivos. Mesmo melhor em relação ao trimestre anterior, o PIB brasileiro ainda está muito abaixo dos anos anteriores. Nesse cenário, o socorro a trabalhadores e empresários é importante para que a moeda continue circulando, preparando o retorno para dias melhores.
Também é importante a ajuda aos entes federativos, que sofrem duramente os efeitos da lentidão da economia.
Em 1° de janeiro, os prefeitos que foram eleitos agora em 2020 assumirão o comando dos municípios com um desafio gigantesco. Mesmo com menos recursos em caixa, precisarão atender a demandas importantes, como organizar o retorno às aulas com segurança, reforçar o sistema de saúde para cuidar dos pacientes de Covid-19 e de outras doenças que ficaram sem atendimento este ano, além de realizar obras e serviços necessários para o funcionamento da cidade.
Todos esses incentivos estão conectados e fazem parte de um pacote de socorro ao nosso país, que, como um paciente doente, precisa ir ganhando forças aos poucos, enquanto mantém o tratamento. Mais que sempre, precisamos estar todos juntos em torno desse projeto de cura.
No Congresso, em 2020, demonstramos que essa união de propósitos é possível. Tivemos um número recorde de votações relevantes, a maioria por consenso entre partidos de governo e oposição. Embora as divergências sejam inevitáveis e saudáveis, o diálogo precisa continuar para que questões fundamentais como decreto de calamidade e auxílios a trabalhadores, a empresários e às cidades sejam resolvidos pensando no melhor para todos.
Essa postura precisa ser replicada em todos os níveis, com todos os gestores.
As eleições acabaram. É hora de descer do palanque e trabalharmos juntos para favorecer o país, o estado, as cidades e, principalmente, as pessoas. Só assim, vamos recuperar nosso país.
Weverton, senador e líder do PDT no Senado