Em breve receberemos para votação no Congresso Nacional a medida provisória editada pelo governo que cria o programa Auxílio Brasil em substituição ao Bolsa Família. Votarei a favor. Não é hora de discutir política, o momento pede responsabilidade com a garantia de uma renda mínima para a sobrevivência de milhares de famílias brasileiras.
O valor anunciado de R$ 400,00 provocou reações calorosas. O mercado ficou nervoso com a possibilidade de o governo furar o teto e algumas pessoas temem que o presidente faça uso político do novo auxílio para fortalecer seu projeto de reeleição. São argumentos válidos. Mas nenhum deles é mais forte que o fato de que quase a metade dos brasileiros não tem certeza se terá o que comer no dia seguinte.
A fome dói. Dói em quem sente fome e precisa doer em todos nós, que não podemos testemunhá-la de forma passiva.
A inflação está voltando. O preço da gasolina disparou e afeta toda a cadeia produtiva. As pessoas de mais baixa renda sentem isso no prato, vendo o arroz se transformar em ouro e a carne em diamante, itens de luxo, cada vez mais inacessíveis para muitos.
Portanto o reajuste do Bolsa Família, guarde ele o mesmo nome ou não, é muito bem-vindo. Defendo até que seja de R$ 600,00, como propôs o ex-presidente Lula. O Estado brasileiro precisa estender uma mão amiga e generosa às famílias de baixa renda, para que elas possam enfrentar o difícil cenário econômico, resultado da prolongada crise da pandemia e da permanente instabilidade política na qual o Brasil mergulhou desde 2019.
Em resposta ao mercado, digo que ajustes orçamentários e fiscais podem ser feitos, desde que sejam mantidos os investimentos em áreas fundamentais, como educação, saúde e ciência. Os investidores virão se houver estabilidade e promessa de desenvolvimento. Além disso um valor maior do auxílio garantirá o poder de compra necessário para reaquecer a economia. Em resposta aos que estão preocupados com as eleições, digo que o povo é sábio e saberá julgar o que é melhor para si.
A fome não espera e precisa de uma solução imediata. Quem viaja pelas pequenas cidades do nosso interior sabe a transformação que o Bolsa Família fez na vida de milhares de pessoas e entende que o valor pago precisa ser reajustado para que esses avanços não sejam perdidos.
Com já disse tantas vezes, não importa de onde vem o benefício, se é bom para a nossa população, votarei a favor.
Senador Weverton