A pandemia tem imposto um duro desafio aos setores produtivos. Segundo o Banco Central, em 2020 a atividade econômica brasileira registrou uma queda de 4,05%, índice que infelizmente vemos expresso em lojas fechadas, setores registrando prejuízos e aumento do desemprego. Mas a pandemia vai passar. A vacinação, embora em ritmo lento, avança. E temos esperança de vencer esse momento tão difícil o mais breve possível. Pensando no que vem depois, o Brasil precisa com urgência de um plano para a retomada do crescimento.
Esse planejamento passa necessariamente por fazer o que é certo agora. Ou seja, controlar a pandemia, com medidas de distanciamento, vacinação e atendimento aos doentes; manter o auxílio emergencial, para evitar um apagão de consumo e o endividamento exacerbado das famílias; retomar o programa de redução de jornada e salários, com compensação governamental; e socorrer as empresas, incluindo as microempresas, responsáveis por 60% das contratações no nosso país.
Garantir o equilíbrio social hoje, evitando a ampliação do já enorme fosso que divide economicamente a nossa sociedade, é um bom começo. Não há crescimento real com tanta desigualdade e não há consumo sem renda.
Outro passo importante é começar agora a preparar as condições para o avanço do setor produtivo. O investimento em rodovias, ferrovias e portos, por exemplo, é um caminho sólido, que gera empregos e cria um ambiente favorável para todas as atividades econômicas, seja agropecuária, mineração, indústria, comércio ou turismo. No ano passado, a bancada federal maranhense se destacou como a que mais destinou recursos para estradas federais. Tenho insistido, em Brasília, para que todo o valor das emendas se transforme rapidamente em rodovias melhores no Maranhão.
Tenho insistido também que o programa de privatização dos grandes aeroportos incorpore em seu plano a contrapartida dos aeroportos regionais. Iniciativa que pode aumentar a competitividade turística de polos como os Lençóis Maranhenses e a Chapada das Mesas.
Defendo ainda que nós, no Congresso Nacional, nos debrucemos sobre uma reforma tributária consistente, que simplifique e desburocratize as relações de cobrança de tributos, tornando-as mais claras, mais justas e mais equanimemente distribuídas pelos vários estratos da sociedade.
Cabe ao governo federal liderar um grande trabalho de planejamento, ouvindo toda a sociedade. Não vejo esse movimento sendo feito. Mas, como senador, acredito que preciso continuar instigando, chamando a atenção para a necessidade de que algo seja feito pensando no futuro. E acredito que todos nós, enquanto sociedade, podemos tomar a iniciativa e começar o debate.
É hora de fazer um aceno para o futuro. É hora de pensar sobre quais os próximos passos e elaborar um plano para o pós-pandemia que nos dê coragem para enfrentar o presente e um direcionamento de como sair dessa.
Senador Weverton (PDT-MA)