O Brasil vem enfrentando uma crise prolongada e alcançamos um número recorde de trabalhadores atuando na informalidade. São homens e mulheres que não tem direitos trabalhistas garantidos e, com o endurecimento das regras de aposentadoria, formam uma geração que terá dificuldade para se aposentar um dia. Mas se podemos ver o copo meio vazio, vamos tentar então vê-lo meio cheio. Muitas dessas pessoas que estão atuando no mercado informal são potenciais empreendedores, que, com ajuda, poderão se tornar empregadores.
Vamos então trabalhar para dar o estímulo que eles precisam.
Cada um pode fazer a sua parte. O governo federal, por exemplo, precisa criar condições econômicas mais estáveis, pois é muito difícil ser empreendedor em meio a tantas incertezas jurídicas e econômicas.
A nós, parlamentares federais, cabe legislar de modo que haja estímulo ao empreendedorismo, sem precarização dos direitos daqueles que estão no mercado formal.
Como já expus neste espaço, sou autor de um projeto de lei que cria regras especiais para jovens que querem começar a empreender. Acredito que é preciso criar possibilidades e condições favoráveis para essa nova geração que enxerga o mundo de forma diferente e aposta cada vez mais em novas formas de ganhar dinheiro.
Conversando, em Brasília, com a equipe do Facebook fiquei sabendo também de um workshop que eles fazem com pequenos empreendedores e pessoas que querem empreender, com objetivo de potencializar os ganhos por meio das redes sociais. Fiz questão de pedir que o curso fosse ministrado no Maranhão, pois vejo um momento de efervescência econômica em nosso estado e sinto que todos podemos ajudar a transformar isso em aumento de renda para nossa população.
Há estudos mostrando que o empreendedorismo do pequeno é uma saída bem concreta e promissora para o Brasil. No início deste ano, por exemplo, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) apontavam que, enquanto médias e grandes empresas fechavam vagas, micro e pequenas empresas abriam novos postos de trabalho. E, em plena era da interação virtual, é correto pensar que nossa população precisa estar cada vez mais preparada para atuar nesse meio, já que há a previsão de que as vendas online dobrem seu espaço nos próximos dois anos.
São iniciativas modestas, mas que se somam num esforço de apontar saídas para a crise, visando a melhoria imediata das vidas das pessoas. Embora seja sempre necessário pensar a longo prazo, há que se apresentar também soluções imediatas, pois as contas vencem todo mês e as pessoas comem todo dia. Não dá para esperar a recuperação lenta que o governo federal promete.
O brasileiro é criativo e está encontrando saída para crise. Cabe a nós, que estamos em cargo estratégicos, acompanhar essa criatividade e estimular o crescimento das pessoas, por meio de legislação, políticas públicas e ações concretas. Afinal, gerar renda é garantir qualidade de vida para as pessoas e esse é o nosso principal objetivo sempre.
Weverton, senador e líder do PDT no Senado