Essa semana, conversei com um jovem de cerca de 30 anos, alta capacidade técnica, bem colocado no mercado, e pela primeira vez ele estava trabalhando com carteira assinada. Ele me relatou isso com muita normalidade, porque todas as outras relações trabalhistas foram “pejotizadas” e, nas palavras dele, é difícil fugir dessa realidade. Este é o mundo de trabalho que aguarda nossos jovens.
Como ele, há milhares de outros jovens que podem estar condenados a trabalhar como pessoa física, mas receber como pessoa jurídica, a nunca conseguir se aposentar ou tirar férias remuneradas. E a maioria tem baixa escolaridade e pouca especialização, participando de um exército de mão-de-obra barata, com vasto cadastro de reserva, que sequer tem condições de negociar as condições desse trabalho. Um cenário que se torna ainda mais preocupante diante das mudanças na legislação trabalhista e previdenciária, proposta pelo governo federal, cujo resultado só beneficia as grandes corporações.
O efeito dessa conversa foi ainda mais marcante para mim, porque aconteceu pouco depois da minha participação no Congresso da Juventude Socialista do PDT, no último final de semana, que reuniu mais de 500 jovens do Brasil inteiro para discutir o País que queremos.
O evento, realizado pela primeira vez no nosso estado, foi uma festa democrática, que contou a presença de grandes lideranças nacionais, como o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, o presidente do partido Carlos Lupi e mais três deputados federais. Como presidente do partido no Maranhão, empenhei-me para que fosse dado todo o apoio necessário à realização de um congresso com muitos debates e muita participação, porque acredito na força da juventude para mudar os destinos do País.
O PDT tem um forte histórico de ativismo de jovens. Em especial no Maranhão, onde muitas lideranças que estão na política atualmente são oriundas do movimento estudantil. Eu mesmo fui de grêmio escolar, Ubes, Une e Juventude do partido. Essa prática deve ser incentivada, porque as mudanças do amanhã começam a ser gestadas no agora.
O Brasil vive um momento difícil. E vejo que muitos perdem a esperança e até repudiam a política, por imaginarem que vem dela todos os males. No entanto, é na política que está a resposta para nossa crise. Só com o diálogo e consenso em torno do melhor caminho chegaremos a algum lugar.
Mais que nunca este é o momento para a ação política, para a mobilização de todos para que a realidade seja redirecionada para o que realmente almejamos. E o ativismo dos jovens torna-se fundamental, porque caberá a eles a continuidade do que começar a ser planejado hoje.
O futuro começa agora e cabe a cada um de nós, individual e coletivamente, pensarmos e agirmos para que ele seja melhor.
Weverton Rocha, deputado federal