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NotíciasOs caminhos para a igualdade de gêneros

5 de março de 2017

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No dia 8 de março costumo entregar flores às mulheres à minha volta. É um gesto que simboliza todo o meu respeito e meu reconhecimento ao papel que elas exercem, à parceira que construímos e à luta cotidiana que elas travam em uma sociedade que ainda teima em não reconhecer a igualdade dos gêneros. É também uma forma de simbolizar meu compromisso em lutar contra o preconceito, a violência e a desigualdade, não apenas no Dia da Mulher, mas durante todo o ano. Esse é, ao meu ver, o sentido dos dias de luta: nos fazer refletir sobre porque eles precisam existir e nos comprometer mais uma vez em trabalhar para que eles percam o sentido de existir.

Para que deixemos de lembrar o Dia da Mulher como um dia de chamado pela igualdade, infelizmente, ainda precisamos trabalhar muito. Neste Carnaval no Rio de Janeiro, por exemplo, 14% das ocorrências foram de violência contra a mulher. Segundo a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Governo Federal, a cada 12 minutos uma mulher é estuprada no Brasil e a cada quatro minutos uma mulher é vítima de violência, sendo que a cada uma hora essas agressões resultam em morte. Somos o quinto país no ranking mundial de violência contra a mulher.

Isso precisa mudar. E há muitos caminhos simultâneos a serem percorridos até que cheguemos ao ponto de realmente não lembrar porque precisamos comemorar o 8 de março.

Um dos caminhos é a legislação. A Lei Maria da Penha foi um grande avanço. A inclusão do feminicídio, no rol de crimes hediondos também foi um passo importante no sentido de punir mais severamente e coibir atos violentos que levem à morte da mulher. Considero que dei uma contribuição importante ao apresentar o Projeto de Lei 4572/16, aprovado e incorporado à Lei do Feminicídio, prevendo o agravamento da pena se o crime for praticado contra mulheres menores de 14 anos, maiores de 60, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física; ou na presença de ascendentes e descendentes.

Mas há outro caminho, tão importante quanto endurecer as punições, que é de melhorar as condições sociais e de educação. Embora estatisticamente a violência contra a mulher esteja presente em todas as classes sociais, a pobreza também é uma forma de manter a desigualdade. É fundamental, portanto, que não percamos de vista também a luta da mulher trabalhadora, que precisa de creches para deixar os filhos com tranquilidade enquanto está no serviço; que precisa de salários iguais aos dos homens para o mesmo tipo de trabalho; que tem direito a se aposentar mais cedo porque ainda faz uma dupla jornada, no serviço e em casa; que precisa da proteção do estado quando sua família é hipossuficiente e de apoio para se tornar independente; que tem direito à educação para chegar tão longe quanto seus sonhos possam leva-la. Como deputado, procuro dar minha contribuição em todas as votações que acontecem na Câmara para que essas metas sejam alcançadas.

E por fim, mas não menos importante, há o caminho que cada um deve trilhar dentro de casa, em sua postura individual, junto à sua família, que é o de cultivar o respeito de forma permanente. Somos todos iguais perante a lei. E acima de tudo, somos todos iguais perante Deus. Portanto, temos a obrigação de nos tratarmos como iguais em essência. E temos o compromisso de ensinar nossos filhos e filhas que o respeito ao outro, independente de sexo, raça, ideologia, religião, deve ser nosso princípio mais básico.

Como são caminhos, precisamos trilhar todos os dias. O Dia da Mulher é só uma parada, para lembrar porque estamos caminhando e onde queremos chegar. Eu darei flores, porque quero reforçar que minha caminhada precisa sempre estar marcada por amor, respeito e carinho por todas a mulheres, que represento naquela que me ensinou a reconhecer a igualdade, minha mãe, a professora Marileide; naquela com quem divido minha vida, de igual para igual, minha esposa Samya; e naquela em quem vejo um futuro cheio de possibilidades, milha filha Anna Catarina. Em nome delas reafirmo meu compromisso com a luta das mulheres.

Weverton Rocha, deputado federal e líder do PDT na Câmara

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